terça-feira, 25 de outubro de 2011

QUESTÃO DE OPÇÃO

Quando chegamos ao ponto em que hoje estamos, prontos para um salto cultural de natureza qualitativa, ainda não podemos considerar-nos como obra concluída. Como observamos, o homem ainda não está acabado, mas em fase talvez de acabamento. Sim, talvez, porque o nosso otimismo e a nossa vaidade podem enganar-nos a respeito do nosso estágio atual de realização. A própria situação da Terra, isolada no espaço e só agora tentando a expansão cósmica, deve advertir-nos de que ainda não estamos preparados para ingressar na comunidade dos mundos superiores. Somos ainda um obscuro e grosseiro subúrbio da Cidade de Deus e só à distância podemos vislumbrar o esplendor da luminária celeste na imensidade cósmica. Nossos próprios meios de penetração no espaço sideral são demasiado rudimentares e precários, Nossos corpos animais não nos permitem viver em condições superiores às da Terra. O desenvolvimento de nossos poderes psíquicos está ainda começando e nossa capacidade mental, condicionada por um cérebro de origem animal, não vai muito além dos processos indutivos e dedutivos mal arranhando o litoral esquivo do mundo da intuição. Como assinalado, nem mesmo conseguimos atingir uma organização social superior, permanecendo ainda num plano de barbárie, estruturado em princípios ilógicos decorrentes da selva, com o predomínio da força sobre o direito.
Não obstante, estamos avançando mais rapidamente do que nunca. E se a nossa vaidade e o nosso egoísmo não nos cegarem por completo, se formos capazes de reconhecer no Espiritismo a doutrina que encerra o esquema do futuro, a plataforma espiritual, política e social do novo mundo que temos de construir no planeta - não mais a ferro, fogo e sangue - mas a golpes de inteligência, compreensão e fraternidade, então poderemos atingir a maturidade humana. Caso contrário, retornaremos à selva, recomeçaremos de novo o nosso aprendizado desde o principio, reiniciaremos o curso desperdiçado das instruções superiores. E não teremos mais em nossa companhia os que souberam vencer, pois cabe-lhes o direito de se transferirem para os cursos universitários da Cidade de Deus, em que o Pai certamente os matriculará. A escolha nos pertence, a decisão é nossa. Deus nos concedeu, com a consciência, o direito e o dever das opções. 

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