- morrer é preciso
- num artigo muito interessante, Paulo Angelim, que é arquiteto, pós-graduado em marketing, dizia mais ou menos o seguinte
- nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas a ausência de vida e isso é um erro
- existem outros tipos de morte e precisamos morrer todo dia
- a morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio
- a morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo
- a fronteira entre o passado e o futuro
- se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente
- quer ser um bom profissional? então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas
- quer ter um bom relacionamento? então mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projeto e tempo com mais ninguém
- quer ter boas amizades? então mate dentro de si a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos
- enfim todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior
- e qual o risco de não agirmos assim? o risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo essa produtividade, e, por fim prejudicando nosso sucesso
- muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser
- elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam
- acabam se transformando em projetos acabados, híbridos, adultos infantilizados
- podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que mantemos as virtudes de criança que também são necessários: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc.
- mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar atitudes infantis, para passarmos a agir como adultos
- quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e evoluído?
- então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, é o "egoísmo" é o "egocentrismo", para que nasça o ser que você tanto deseja ser
- pense nisso e morra. mas, não esqueça de nascer melhor ainda
- o valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem
- por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis
- F e r n a n d o P e s s o a
terça-feira, 13 de setembro de 2011
MORRER É PRECISO
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